segunda-feira, outubro 17, 2011

Sobre os (sites) relacionamentos

Na era digital nos deparamos com coisas curiosas. Amizades, namoros  e até casamentos começam em sites de relacionamentos. A praticidade de conversar com 1.000 supostos amigos toma o lugar da velha pracinha... Ah! Você está pensando: Quanto saudosismo!
Sempre fui usuário das redes sociais, se não tenho todas, tenho a maioria. E nunca tive problema algum ao usá-las, ao menos não tinha, corrijo.
O teórico da comunicação, Juan Díaz Bordenave, em seu livro Além dos Meios e Mensagens explica a interferência de ruídos no processo comunicacional. Para ele, o ruído interferirá, na mensagem final, haverá distorção, e o receptor não absorverá na integra o que o emissor quis dizer.
Na internet, como a linguagem usada é, majoritariamente, a escrita; supõe-se a ausência destes ruídos. Tendo em vista que, apesar do internetês, do uso de gírias, abreviações, consegue-se entender a mensagem final. Mas a ausência da voz, do olhar, das expressões sejam elas físicas ou faciais, também interferem no processo de envio e recepção de enunciados.
Um recurso muito utilizado é a caixa alta para enfatizar, chamar atenção, como se isso substituísse a elevação da voz, diga-se de passagem: quem conhece os programas de conversas instantâneas utiliza esse recurso.
Mas, isso pode e é mal interpretado. 
No Facebook, por exemplo, é comum você soltar frases soltas, trechos de livros que leu, (OU NÃO), citar autores famosos, outros até mesmo se popularizaram nos murais do FB, como é o caso de Caio Fernando de Abreu, pode parecer falta de gosto, ou de erudição da minha parte, mas não conhecia nada dele antes de ver atualizações de algumas pessoas. Inclusive quem o cita, se tiver um livro,para que eu conheça também, agradecerei.
 Não  julgo pessoas pelo gosto literário,eu tenho os meus preferidos e também aprendo a gostar de outros. Todavia se você me disser que se excitou ao ler "O caderno rosa de Lori Lamby" de Hilda Hilst", mudarei um pouco meu conceito sobre você.
Dedico aproximadamente dez minutos do meu dia para ler Fernando Pessoa, gosto da escrita dele, da forma como percebe o ser humano, geralmente compartilho o que leio, não para simular erudição ou coisa do tipo, mas porque acredito que valha à pena. Porém, ao citá-lo, a mensagem direciona-se a outrem como se fosse intencional, e me deparo com determinadas atualizações cheias de eufemismos e autores famosos como uma resposta ao que cito.
Sinceramente, ao ler estas atualizações, sinto-me como se estivesse escrevendo em uma das colunas  de opinião dos jornais locais; os quais são utilizados para embates ideológicos.
A visão de construção de amizades e/ou relacionamentos propostos pelas redes sociais são questionados.
No caso exposto, há uma desconstrução. E entrar em detalhes cabe uma base antropológica e no momento, não tenho.

sábado, outubro 15, 2011

Explique-se

Quem questiona, e se questiona, consegue se explicar...