segunda-feira, novembro 21, 2011

sem título

Quando não nascemos em berço de ouro, forramos a cama que queremos deitar

domingo, novembro 20, 2011

Com música é mais raro

Eu estava atônito. Na porta do apartamento ouvia um som de violino, na minha ignorância não consigo identificar a canção, envolvo-me por um instante pela melodia e fecho os olhos. Ele me esperava, estava tocando propositalmente? - penso. 
Decido tocar a campainha.A música continua. Ouço uma voz grave: "Entre, a porta não está trancada."
Entro, ele não está na sala. Observo o apartamento, na sala apenas uma mesa redonda de plástico e um tapete, passo a mão para ver se tem poeira. Da sala pequena consigo ver a varanda: uma palmeira, e um jarro com orquídeas adormecidas.
Paro, espero ele aparecer. Nada! O música se torna agressiva. Temo. Ele estaria furioso? - questiono-me.
Mais uma vez ele sinaliza: "Pode vir, estou no quarto".
Neste instante meu coração dispara, mãos suam, cerro os lábios. Vou ao encontro dele.
A porta do quarto estava entreaberta, vejo um homem de costas, e uma contradição entre sua vestimenta e seu instrumento musical. Ele veste uma regata azul e um calção de futebol branco. Continua tocando enquanto vira para mim.
Olhos nos olhos ficamos estáticos, a agressividade da música acompanhada do olhar fixo revelam os desejos.
Ele solta o violino na cama. Enquanto eu observo uma macha roxa em seu pescoço e questiono: " O que foi isso?"
Acariciando ele responde: " Isto é calo de músico" e completa: "Vem cá, chega mais perto..."
E, com a mesma violência que tocava o violino, sou beijado.