domingo, fevereiro 26, 2012

Retalhos de alguma poesia

(Foto:divulgação)
Prefiro o silêncio que confessa, o olhar que denuncia, à palavras que mentem.

Os olhos falam?


Nas andanças da vida nos deparamos com a diversidade. De cores, sabores, e olhares. Ah! Olhares! 
Quem nunca olhou nos olhos de um ser desconhecido na rua? Os poetas dizem que os olhos são as janelas da alma. Talvez seja um clichê barato que não conseguimos quebrar. Mas, não é de clichês que quero falar.
Puxados, pequenos, amendoados, salientes, profundos, negros, cinzentos, castanhos, azuis, esverdeados, são olhos. Olhares que cruzam os nossos diariamente, alguns passam despercebidos; outros nos fitam e até nos sequestram por instantes. 
Na rotina diária não temos tempo de pararmos e analisarmos: "Que história de vida esses olhos trazem?". Eu acreditava nisso até que, um dia me disseram: "Você tem olhos tristes", "Eu vejo poesia em seus olhos","Ah, você é poeta, tem olhos puros","Que olhar desconfiado","Olhar 'pidão'", "Olhar solitário...".
E, desde então, tomei como exercício de alteridade: olhar no olho do outro. 

Os olhos podem falar? Os meus são alegres, são tristes,e até sorriem, afinal, tenho olhos de poeta.
Deles faço poesia e até consigo passar alegria.



domingo, fevereiro 19, 2012

Sobre as possibildades

Viver de possibilidades foi o tema de uma conversa com um amigo. Papo tenso. Sabe quando duas pessoas tem opiniões totalmente distintas e querem a todo custo convencer a outra do seu pensamento? Foi assim!
Sou abordado com a pergunta: " Você já pensou em morrer?", titubeei antes de responder mas soltei um sonoro  NÃO. Questionei o porquê da pergunta.
Surpreendi-me com a resposta: "É, bateu uma tristeza, uma saudade, ter que voltar."
E, "por que pensou em morrer?", perguntei.
"Não pensei em  morrer, mas é que bateu a solidão", foi a resposta que recebi.
Ficamos horas conversando sobre o modo de vida que esse amigo optou viver. Que por um instante, em algum momento da minha vida, também pensei viver.
Senti uma certa dúvida da parte dele. Mas não interferi. Deixei-me seduzir. E, ficamos algumas horas tentando convencermo-nos de que estávamos certos sobre nossos pensamentos. Um embate de pensamentos dissonantes, permita-me a sonoridade da frase.
Não o convenci das minhas 'verdades' porque ele fugiu. Prefere a dúvida, talvez. Uma possibilidade.
Depois do papo, vi-me  a devanear. E cheguei as seguintes conclusões:
A vida é uma certeza. A morte é uma certeza.

Morrer amanhã é uma possibilidade que prefiro não pensar.
Sexo é  certeza. O amor é certeza.
Fazer sexo com amor é possibilidade.
E entre as certezas e as possibilidades? Tenho a certeza do instante que existe.