quarta-feira, abril 30, 2008

Amelie - II

Amelie saciou sua vontade acompanhada do guri, passaram todas as fases possíveis no jogo. Já na vida, não sei dizer. Tenho certeza de que deve está se perguntando por que uma rapariga passaria uma manhã jogando viedogame com um menino. Mas tenhamos calma, eu ainda não sei o motivo, mas pode esperar que vos convido a descobrir.
De tão concentrados não viram a manhã passar. Já se passava do meio-dia quando, saciada do seu desejo, Amelie dispensou o seu companheirinho, levou-o até o portão, ele saiu, deu adeus enquanto Amelie ficou olhando até ele se perder por entre as várias esquinas que tem perto do seu cubículo alugado. Isso mesmo, ela mora de aluguel. Fechou o portão e subiu as escadas.
Entrando no quarto, desce do seu salto 15, pára, olha para a parede e ajeita um quadro - um retrato de alguém que eu ainda não sei - tira o vestido. É, você está pensando aonde isso chegará, o que ela fará?´ É, ler também é um exercício de paciência, tenha paciência, tenha paciência, exercita a paciência. Pacientemente como um som hipnótico eu instigo, imagino que estás com vontade de largar esta página e procurar outra coisa para fazer, mas não, você não fará isso, eu sei; duvido que tenhas coragem. Estou começando a gostar desse negócio, não sei explicar a sensação de ter você preso ao meu texto, mas é justamente por isso que escrevo, escrevo porque posso brincar com vidas, com a sua vida.
Sorria, voltemos ao que interessa - o vestido de tafetá rosa desce junto ao corpo e cai no chão e Amelie fica de pés atados por um instante, levanta a perna direita e tira o molho que se formara o vestido, pisa, tira a outra perna.
Deixa o molho de lado, e começa a tirar todos os apetrechos, começa de cima, tira os colares, o espartilho, e joga, joga tudo; o chão do seu cubículo fica forrado com seus panos; tira a cinta liga, e fica despida, agora não existe mais indumentárias, nem arquétipos. Liga a vitrola que fica sobre o criado-mudo.
A música que toca lembra àquelas das caixinhas musicais que tem uma bailarinazinha que fica girando, e ouvindo esse som, Amelie e sua essência, apenas sua essência começam a dançar, com os olhos fechados e os braços como se fossem ondas, dança leve, como se fosse liberta de si.
Quando de repente, como se quisesse apoiar-se no vácuo, ela cai - pisa em um dos seus sapatos que ficara no chão - cai e bate a testa numa das paredes da sua caixa de música improvisada.
E, como se visse estrelas, desmaia.

Um comentário:

ಌ Debbynha ಌ disse...

Ahh essa Amelie... tem + a ensinar e eh + interessante do q se imagina...

s2

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