quarta-feira, junho 25, 2008

Nata


Tinha 15 anos quando saiu de casa. Levou consigo apenas a roupa do couro.Foi-se embora, ou melhor, em boa hora, afinal; a famíla rica falira de vez. Então decidiu construir um futuro novo, sozinha.
Muita coragem, uma guria de 15 anos apenas.
Assim fez Renata, saiu de casa com a cara, a vergonha e a coragem.
Era filha única, rebelde sem causa aparente, não precisa de causa maior que um pai alcoolatra e uma mãe suicida(tentou se matar 7 vezes, 7 porque é o número da perfeição), todas em vão, seria menos uma louca no mundo.
Renata tava cansada das festinhas, dos novos ricos, aquilo nao lhe pertencia, ela queria o vento da liberdade em sua face, mas a vida social não lhe permitia, sendo assim, numa manhã ensolarada de sábado, pegou alguns biscoitos e enrolou num guardanapo, roubou algumas jóias da família, e foi-se, foi-se(sim, a sonoridade é proposital) como se corta o cordão que segura a pipa, ela partiu.
Partiu sem desitino certo, com a cara, a vergonha e a coragem, a cara lavada dos poderes adquiridos, a vergonha dos amores proibidos, e a coragem dos amores bandidos.
Passou algum tempo viajando de carona, coragem, coragem mesmo. Até que chegou num vilarejo com pouco mais de 2mil habitantes.
Comprou um casebre com as jóias, confecciona roupas de tecido natural, vive de pão e águas, e vê as horas se passarem na janela, esperando seu princípe burguês, seu hóspede, chegar.

Um comentário:

ಌ Debbynha ಌ disse...

"Partiu sem desitino certo, com a cara, a vergonha e a coragem, a cara lavada dos poderes adquiridos, a vergonha dos amores proibidos, e a coragem dos amores bandidos."

As vzes m dah vontad d fzer isso... Dá a cara a tapa e saí por aih...

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